quinta-feira, 16 de junho de 2011

A educação e o homem feudal

Com o desmoronamento do trabalho escravo, algumas mudanças aconteceram. Porém certos aspectos, como a divisão de classes e os privilégios das classes mais altas, se mantiveram fortemente na sociedade feudal. "O cultivo em pequena escala voltou a ser o único que compensava, o que é a mesma coisa que dizer que a escravidão se tornou desnecessária." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 83).



A sociedade tinha a seguinte divisão:



O escravo era visto como um objeto, portanto tinha uma vida miserável, mas segura. Em contrapartida, os vilões (antigos colonos romanos) eram pessoas livres e não se vendiam. "O vilão era, portanto, mais livre do que o escravo, porque ele reconhecia uma autoridade que ele próprio hava querido reconhecer." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp 84). Creio ser essa a diferença entre os dois "povos".
Há também os servos, que eram descenentes dos escravos e portanto, não eram homens livres. Eram em suas costas que o mundo repousava, ou seja, eram os servos que sustentavam as outras classes, porém sem ter o mínimo valor e reconhecimento. Um outro aspecto também sofreu mudanças. As transformações que ocorreram na sociedade no período feudal, impuseram ao domínio religioso (em relação à Antiguidade) algumas diferenças de importância, embora ainda não se concretizaram de forma a alterar o seu conteúdo de classe.
É ai que o cristianismo entra com grande força na sociedade. Como mostra a seguinte frase: " Enquanto o escravo e o servo sofriam sob os seus senhores, o cristianismo proclamava que eles eram iguais diante de Deus." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 87). A Igreja Católica passa a controlar quase toda a sociedade feudal, inclusive a economia. No campo educacional, dois grandes pensadores eram ligados à Igreja Católica: São Tomás de Aquino e Santo Agostinho. 
São Tomás de Aquino



O primeiro tinha sua filosofia ligada a Aristóteles, o qual tinha suas concepções como um dos fundamentos da pedagogia da essência (que será explicada posteriormente). Entretando, S. Tomás de Aquino se opôs aos aspectos EXCESSIVOS da interpretação ascética da pedagogia da essência, mas conservou as teses PRINCIPAIS.








Santo Agostinho






Já Santo Agostinho, teve como influência as teorias de Platão, mais precisamente o neoplatonismo.












No âmbito educacional, o domínio da Igreja também prevaleceu.
Após o desaparecimento das chamadas "escolas pagãs", a Igreja se apressou para pegar a instrução pública para si. E como havia uma grande inflência dos monastérios (poderosos bancos de crédito rural), surgiram as ESCOLAS MONÁSTICAS, as quais se dividiam em duas categorias:
Professor ensinando crianças na Idade Média.
  1. Escolas dedicadas à instrução dos futuros monges → "Escolas para oblatas"
    - Ministravam o ensino religioso;
  2. Escolas destinadas à plebe → Verdadeiras escolas monásticas
    - Não ensinavam a ler e nem a escrever;
    - Não queriam instruir as massas, e sim familiarizá-las com as doutrinas cristãs e mantê-las "dóceis e conformadas".
    - Se preocupavam com a pregação no lugar da instrução.
    Foram criadas também, pelos monastérios, as escolas chamadas "EXTERNAS" que eram destinadas aos clérigos seculares e a alguns nobres que tinham vontade de estudar mas não queriam tomar hábito. 
    Observação: Externas pois se encontravam fora dos conventos. 
    "Juristas doutos, secretários práticos e dialéticos hábeis, capazes de aconselhar imperadores e de fazer-se pagar regiamente pelos serviços, eis os produtos  das escolas "externas" dos monastérios." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp.93).



    Entrando um pouco na questão da educação do jovem nobre, podemos perceber que todos eles tinham um "percurso" a seguir, como descrito no trecho a seguir: "O jovem nobre vivia sob tutela materna até os sete anos, ocasião em que entrava como pajem ao serviço de um cavaleiro amigo. Aos quatorze, era promovido a escudeiro, e nessa qualidade acompanhava o seu cavaleiro às guerras, torneios e caçadas. Por volta dos vinte e um anos, era armado cavaleiro." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 94).


    Escola das catedrais


    Com a transformação que ocorreu no âmbito econômico (a transformação das cidades em centros de comércio, onde os produtores trocavam seus produtos), a educação também sofreu modificação. O aparecimento dos burgueses citadinos fez com quem a Igreja deslocasse o foco de seu ensino.
    Portanto, fez-se necessário a criação de novas escolas, as escolas das catedrais. O ensino nessas escolas estavam a nas mãos do clero secular e não mais nas dos monges. Tinham como foco a TEOLOGIA. Mais uma vez a instrução não é um fato muito importante para as escolas. Como diz Aníbal Ponce em seu texto, "a escola catedralícia foi, no século XI, o germe da universidade." (Educação e luta de classes, pp.99)


    Com os dias, universidades, escolas primárias, escolas da burguesias e escolas municipais apareceram.
    Observação: A Escolástica surge e com uma importância grande. "Representou no front cultural um verdadeiro compromisso entre a mentalidade do feudalismo em decadência e a da burguesia em ascensão; um compromisso entre a fé, o realismo e o desprezo pelos sentidos, de um lado, e a razão, o nominalismo e a experiência, do outro." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 107).  


    Com isso, os humanistas (Renascimento) começam a sua aparição no final deste período feudal. "O Renascimento se propôs formar homens de negócios que também fossem cidadãos cultos e diplomatas hábeis." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp.111)


    Vídeo sobre o feudalismo:


    http://www.youtube.com/watch?v=Pn9TiyZgN2c



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