sexta-feira, 17 de junho de 2011

A nova educação

Um período de grandes revoluções, guerras e mudanças em todos os aspectos, tanto econômicos, políticas, quanto morais. Presencia-se o fortalecimento do capitalismo devido ao neoliberalismo e à globalização.

E como veremos a seguir, todo esse processo repercutiu fortemente no âmbito educacional.





Com o conflito da Igreja com a burguesia (a qual tinha ódio pela Igreja) resultou em um tipo de escola que estava longe de ser revolucionária: a escola laica. Ela se caracterizava por regulamentar o ensino religioso ministrado nas escolas (porque pessoas com vários credos frequentavam-na).  






Cinquenta anos após esses acontecimentos, podemos perceber que a burguesia não havia dado às massas o MÍNIMO NECESSÁRIO de ensino, o qual interessava a ela mesma. Como diz o seguinte trecho: "(...) Carlos Saavedra Lamas, declarava há não muito tempo que o nosso sistema atual de educação era inepto, "porque não atendia às necessidades de toda população segundo idade. situação escolar e tendências." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 157).

E vê-se também que SÓ após a Revolução Francesa, a burguesia reconheceu que as suas escolas não asseguravam às massas a educação mínima necessária.

Fez-se necessária então, uma nova educação.   
Essa nova educação significava um ponto final na batalha para acabar o controle de ensino das igrejas. 
Portando, vemos que a educação era uma forma de dominação onde se inseria doutrinas e metodologias,  era também uma educação que enfatizava mais a inteligência do que a espontaneidade da criança. 
Já a nova educação tem como base as necessidades dos pequenos e leva em conta a personalidade dos alunos; porém como se tratava da educação burguesa, os únicos que tinham o privilégio e o tempo de dedicação aos estudos eram os filhos dos burgueses, ao contrário dos da classe operária, que tinham que trabalhar.

"Em substituição ao malbarato de tempo e de esforço que as velhas técnicas traziam consigo - soletramento, memorização, fragmentação do ensino, etc. -, a nova técnica se propunha aumentar o rendimento do trabalho escolar cingindo-se à personalidade biológica e psicológica da criança." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 162)
 
É nesse ponto da história da educação que entra em cena o COLETIVO. "(...) depois do individualismo da velha escola, temos a socialização da nova." (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp.163).

"A nova educação se propõe, com efeito, construir o novo homem a partir da escola burguesa; de uma escola, na realidade, na qual o Estado burguês se comprometa a não interferir em nada, de uma escola em que os professores deverão, portanto, ingressar completamente isentos de qualquer mentalidade." 

Duas correntes pedagógicas se apresentam na nova educação por volta do ano de 1900. A corrente doutrinária e a corrente metodológica.
  • Doutrinária:
    -
    Se caracteriza por 
    ter como objetivo a capacitação do aluno em suas técnicas, mergulhado no seio da cultura. Essa corrente tem uma orientação filosófica e não visa à parte prática, a qual refletirá na vida do educando.
    - Podemos compará-la à pedagogia da essência.
  • Metodológica:
    Visa uma metodologia para ensinar os alunos e proporciona um ensino para a vida prática; quer uma  racionalização do ensino de forma prática e eficaz. Quer também que o rendimento escolar aumente, levando em conta a personalidade dos alunos.
    - Pode ser comparada à pedagogia da existência. 
O autor Gentile também manifesta a sua opinião em relação à educação nesse período. 
Gentile
Em sua opinião, a massa não deveria ter acesso à cultura e o seu controle espiritual deveria estar nas mãos da religião.
"O nosso homem é aquele que possui aquilo que se chama consciência; trata-se do homem, digamos claramente, das classes dirigentes, sem o qual nem ao menos poderia existir o outro homem, o da boa digestão, porque até as boas digestões necessitam do apoio da sociedade, e não podemos concebê-la sem classes dirigentes, sem homens que pensam por si e pelos outros." (PONCE, A. Educação e luta de classes. 
pp.172).


Podemos perceber, que a nova escola é PEDOCÊNTRICA. Ao contrário da escola tradicional que era magistrocêntrica.

Observação: O que é PEDOCENTRISMO? E MAGISTROCÊNTRICA?
               - Pedocentrismo é quando há uma supervalorização da criança, ou seja, a criança no centro da educação.
               - Magistrocêntrica é quando o papel do professor é valorizado demais.

"(...) a pedagogia pedocêntrica orgulhou-se de nada impor à criança, de cultivar apenas as suas forças interiores e de ser uma pedagogia que acompanha o <élan> interior." (SUCHODOLSKI, B. A pedagogia e as correntes filosóficas. pp. 91).

Vemos, portanto, que esse foi um período de grandes mudanças no âmbito educacional. Vemos também que o capitalismo se firmou mais ainda na nossa sociedade, causando mudanças em outros aspectos também.




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