terça-feira, 14 de junho de 2011

A educação do homem antigo - Grécia


Passando para um próximo período, continuaremos a falar sobre a sociedade e sobre a educação.
A Grécia sempre foi palco para muitas discussões. E é até hoje. Tanto que lemos e discutimos os seus pensadores até os dias atuais.
E é por isso que vamos aprender sobre a educação do homem antigo na Grécia.
Para entender melhor, vamos separar o período até o século V e depois do século V a.C.

ANTES DO SÉCULO V a.C:
  1. As classes opressoras adquiriram consciência mais clara de si próprias em relação às classes oprimidas. Por isso, essas classes adaptaram bem a sua educação e a dos outros.
  2. Sendo assim, para ser eficaz, a educação das classes mais altas deveriam cumprir três finalidades:
    Destruir vestígios de qualquer tradição inimiga;
    • Consolidar a sua situação de dominante e ampliá-la;
    • Prevenir uma POSSÍVEL rebelião das classes inferiores.
  3. A educação tem por finalidade a luta contra as tradições do comunismo tribal, aplicação da idéia de que as classes dominantes querem assegurar a vida das classes dominadas e a vigilância em relação a protestos por parte dos oprimidos.
  4. Portanto, percebe-se que o ideal pedagógico das classes dominantes é fazer com que as massas aceitem a desigualdade de que a educação é desigual por natureza das coisas e que uma rebelião seria uma loucura.
  5. Tem-se então, uma acumulação gradual de propriedades de um lado (classes mais altas) e empobrecimento cada vez mais acentuado do outro (massas).
  6. "Possuidor de terras, proprietário de escravos e guerreiro, eis aí o homem das classes dominantes". (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 39).
Porém, dentro da própria Grécia, há uma separação das pólis Atenas e Esparta. Então, vamos falar delas "separadamente".
  • Esparta:
    - Voltada para a guerra;
    - A educação tem que estimular as virtudes guerreiras das crianças;
    - Ao sete anos, o Estado aponderava-se do jovem espartano (o mesmo pertencia ao Exército até os sessenta anos, quando se aposentava;
    - A instrução, como conhecemos, não existia em Esparta;
    - Os jovens eram proibidos de se interessarem por outros assuntos que pudessem destraí-los dos exercícios militares;
    - "Enquanto, por um lado, a educação reforçava o poder deos exploradores, frenava, pelo outro, as massas exploradas". (PONCE,A. Educação e luta de classes. pp.43).
    → em relação aos escravos.
  • Atenas:
    - Maior produtora de mercadorias do que Esparta;
    - Não tiveram uma organização ESTRITAMENTE militar;
    - Diferenças entre as classes bastante acentuada;
    - Tinha seu objetivo voltado para a formação integral do indivíduo, com bom preparo físico, psicológico e cultural;
    - Em torno dos sete anos, o MENINO era orientado por um pedagogo. Na escola, os jovens estudavam música, artes plásticas, filosofia e tinham atividades físicas;
    - Já as MENINAS, não frequentavam a escola, ficando aos cuidados da mãe até o casamento.
Entretanto, era necessário uma escola que ensinasse a ler e a escrever. Ela (escola elementar) foi fundada por volta de 600 a.C. Era dirigida por particulares, ou seja, o Estado não exigia nenhuma garantia. Conclui-se então que essas escolas tinham uma "liberdade de ensino". Porém essa liberdade trazia às classes dominantes uma vantagem sobre as outras.
Percebe-se essa vantagem na fala de Sólon: "As crianças - afirma ele - devem, antes de tudo, aprender a nadar e a ler; em seguida os pobres devem-se exercitar na agricultura ou em uma indústria qualquer, ao passo que os ricos devem se preocupar com a música e a equitação e entregar-se à filosofia, à caça e à frequência aos ginásios". (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 51).

DEPOIS DO SÉCULO V a.C:

  1. Surgimento de um "novo" homem e de uma "nova" educação;
  2. O novo ideal era o dos comerciantes e industriais, que até então tinham sido excluídos do ginásio;
  3. Sofistas atacam a tradição dominante e propõem dar, não só os conhecimentos que a vida prática requer, mas também tornar a conduta independente da religião;
  4. Educação para a prosperidade: era a educação reclamada por TODOS;
  5. Fim da educação, de acordo com Protágoras: "dar bons conselhos em assuntos domésticos, para que os jovens arranjem as suas casas do melhor jeito possível, da mesma forma que capacíta-los em assuntos políticos, para serem capazes de dominar os negócios da cidade". (PONCE, A. Educação e luta de classes. pp. 54).
  6. Após esse século, o Estado reconheceu a necessidade de controlar de um modo mais cuidadoso o ensino das escolas (para impedir que as crianças fosse contaminada por idéias subversivas).

Vídeos sobre a educação grega:





segunda-feira, 13 de junho de 2011

A educação na comunidade primitiva

Para entender a educação na comunidade primitiva, é preciso entender como era a "sociedade" nesse período, não é mesmo?
Em primeiro lugar, é importante dizer que a comunidade primitiva tinha uma coletividade pequena, era assentada sobre a propriedade comum da terra, na qual os indivíduos eram livres e com direitos iguais.
Tudo o que era produzido (em comum) era dividido entre todos e imediatamente consumido. A pequena produção, ou seja, a produção apenas do que era necessário, se deu devido ao pequeno desenvolvimento dos instrumentos de trabalho e impediu a acumulação de bens.
A divisão do trabalho, por sua vez, se dava com as diferenças entre os sexos, porém não existia a "inferioridade" por parte das mulheres.
Na comunidade primitiva, a igualdade entre homens e mulheres estava presente. O mesmo acontecia com as crianças. Até os sete anos de idade, elas acompanhavam os adultos em todos os seus trabalhos e recebiam como recompensa a sua porção de alimentos como qualquer outro membro da comunidade. A partir dos sete anos já deviam começar a viver as suas próprias expensas.
A sua educação não estava ligada a ninguém em especial, e sim à vigilância difusa do ambiente. A criança adquiria a sua PRIMEIRA educação sem que ninguém a dirigisse expressamente. Quando necessário, os adultos explicavam às crianças como elas deveriam comportar-se diante algumas circunstâncias.
É importante dizer que, nessas comunidades, o ensino era PARA A VIDA e POR MEIO DA VIDA, ou seja, para poder aprender, era preciso praticar (exemplo: para aprender a manejar o arco, era preciso caçar).
"(...) a educação na comunidade primitiva era uma função espontânea da sociedade em conjunto, da mesma forma que a linguagem e a moral". (PONCE, A. Educação e luta de classes, pp. 19).
Para concluir o período de uma sociedade SEM CLASSES, podemos afirmar que os fins educativos identificam-se com os interesses DO GRUPO e se realizam IGUALITARIAMENTE em todos os seus membros, de forma espontânea (não existia nenhuma instituição responsável pelo ensino) e integral (cada membro da comunidade incorporava - mais ou menos- bem tudo o que era possível receber e elaborar na tribo).
Porém, a sociedade muda, surgindo então as classes. E com elas, uma série de coisas sofrem mudanças. E com a educação não é diferente.
Surgem nas tribos as relações de dominância e submissão.
"A educação sistemática, organizada e violenta, surge no momento em que a educação perde o seu primitivo caráter homogêneo e integral" (PONCE,A. Educação e luta de classes, pp. 28).
A educação que era imposta pelos nobres (uma das classes -altas- que surgiram) reforçavam esse privilégio. Quanto mais educação, mais conservado esta o status quo.
De acordo com Tupaque Iupanqui, não era lícito ensinar às crianças plebéias as ciências que pertencem aos nobres, a fim de evitar que essa classe se eleve.
Com a mudança da sociedade, surge também o Estado, instituição que legitimava a nascente divisão de classes e a exploração dos que nada possuíam.
Portanto, vemos que a educação sofreu transformações devido ao surgimento de classes e que ainda haverá muitas mudanças nos próximos períodos.